Envelhecimento da população, avanço tecnológico, petróleo e crescimento econômico. O Brasil muda e o mercado também. Saiba quais são as carreiras que vão ganhar espaço nos próximos anos.
(Gestor de inovação em negócios)
O gestor de inovação em negócios é uma evolução do
profissional que atua com pesquisa de mercado. Ele é responsável por mapear
tendências e tem visão para criar novos processos e demandas. "Inovação
passou a ser uma ferramenta de sobrevivência e gestão nas empresas", diz
Paulo Sérgio Quartiemeister, diretor do Centro de Inovação e Criatividade da
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Incorporada aos processos diários corporativos, a inovação tende a ter
departamento próprio. "Não existe um modelo ou regra, mas esse
profissional vai ser mais demandado porque a velocidade interna de mudança nas
organizações deve ser maior do que a velocidade do mercado", diz Paulo
Sérgio.
(Gestor
de turismo)
No momento, empresas do setor de turismo começam uma fase
de investimentos em capacitação profissional e inovação. "O mercado está
começando a se especializar", diz Marisa Canton, professora de gestão de
empreendimentos turísticos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Para lidar com a segmentação do mercado, o profissional de gestão, que conhece
toda a cadeia do setor e é o responsável por incorporar inovações, será
valorizado. "O gestor do turismo é o profissional que tem a visão geral da
área", diz Marisa. "Ele sabe aliar transporte, segmento hoteleiro,
setor de alimentos e bebidas e marketing de eventos."
(Desenvolvedor
de apps)
O desenvolvimento de aplicativos para smartphones e
tablets virou um novo nicho de trabalho no mercado de tecnologia. "Ainda é
uma tecnologia nova e temos dificuldade de encontrar profissionais", diz
Breno Masi, um dos diretores da Fingertips, empresa que atua no setor desde
2008. Entender de linguagens diferentes e ter perfil inovador é o caminho. O
salário inicial é de 3 000 reais, podendo chegar a 15 000 para os que mais se
destacam.
"Aplicativos em alta. Thales Schmalz Toniolo, de 30
anos, desenvolvedor sênior de aplicativos da Fingertips, trocou no ano passado
uma carreira em grandes companhias de tecnologia da informação para apostar nos
aplicativos mobile. "Não foi difícil trocar terno e gravata por tênis e
camiseta", conta. Formado em ciência da computação e pós-graduado em
engenharia de software, Thales diz que agora recebe o mesmo que ganhava quando
trabalhava em grandes companhias, mas trabalha com muito mais prazer."
(Gerente de inovação
coletiva)
Entender a empresa e o consumidor final e unir as duas
visões num único projeto. Essa é a missão do gerente de inovação coletiva,
profissional que organizará toda a informação que chega do público, alinhando
com os valores da instituição.
"Ele vai entender como a companhia funciona e agregar essas informações
para que as decisões sejam tomadas de modo mais assertivo", diz Gil
Giardelli, presidente da Gaia Creative. Nessa tarefa, explica, as mídias
sociais têm papel fundamental. "É por meio delas que as ações serão
efetivadas."
(Especialista em eventos esportivos)
Com a Copa do Mundo e com a Olimpíada, o Brasil deixará
de ser mero coadjuvante no cenário esportivo. Na área de marketing do segmento,
quem se destacará são aqueles que aliam evento a consumo. "Um profissional
de marketing esportivo ligado a eventos é aquele que terá a preocupação com a
experiência de consumo", diz Robert Alvarez, professor de marketing
esportivo da ESPM. Com maior renda e no clima dos grandes eventos, o consumidor
esportivo ficará cada vez mais exigente. "O grande desafio desse
profissional será aliar eventos de áreas e esportes ainda pouco explorados a
marcas consolidadas para atrair o consumidor", diz.
(Especialista em serviços para idosos)
Os brasileiros estão vivendo mais e em alguns anos a
parcela de cidadãos acima de 60 anos alcançará patamares inéditos na história
do país. Diante desse quadro, abre-se uma série de oportunidades de serviços
especializados em dois públicos: os idosos ativos e os muito idosos, que
necessitam de cuidados especiais. Diversos tipos de assistência a esse grupo de
pessoas podem ser criados. Profissionais que entendem de gerontologia e das
questões relativas à idade avançada serão requisitados. Conhecimentos que vão
desde a psicologia até o domínio do mercado de planos de saúde serão
valorizados.
Os brasileiros estão vivendo mais e em alguns anos a
parcela de cidadãos acima de 60 anos alcançará patamares inéditos na história
do país. Diante desse quadro, abre-se uma série de oportunidades de serviços
especializados em dois públicos: os idosos ativos e os muito idosos, que
necessitam de cuidados especiais. Diversos tipos de assistência a esse grupo de
pessoas podem ser criados. Profissionais que entendem de gerontologia e das
questões relativas à idade avançada serão requisitados. Conhecimentos que vão
desde a psicologia até o domínio do mercado de planos de saúde serão
valorizados.
"Meu salário
dobrou" A
farmacêutica Germana Regazzi, de 34 anos, fez uma transição da farmácia
industrial para a biotecnologia. Hoje, trabalha na Cryopraxis, uma empresa de
bioengenharia especializada em medicina regenerativa e uso de células-tronco.
"Como minha formação é farmácia, ainda que industrial, a transição foi
fácil", diz. Nessa passagem, conta Germana, a remuneração dobrou. Ela
afirma que, até agora, consegue manter-se no nicho por causa do conhecimento
que tem na área. "Ainda não tive necessidade de fazer uma pós-graduação."
(Bioengenharia)
Coletar amostras de tecidos, transportá- las, manipulá-las e armazená- las. Com
o envelhecimento da população brasileira, os procedimentos e as técnicas da
medicina degenerativa fazem biólogos, farmacêuticos e químicos ganhar espaço.
"O bioengenheiro alia os procedimentos médicos a técnicas de manipulação
de tecidos", diz Eduardo Cruz, presidente da Cryopraxis, empresa que atua
no setor. O processo de formação para atuar na área é longo: pode levar até
sete anos.
(Engenheiro hospitalar)
O setor de clínicas e hospitais privados é um dos que
mais devem crescer no país nos próximos anos e, entre os profissionais que
devem se beneficiar das oportunidades que surgirão, estão os engenheiros
hospitalares ou clínicos. "Engenharia hospitalar é a gestão da
infraestrutura de equipamentos de um hospital", diz Rodolfo More, diretor
da Engebio, que atua desde 2004 no segmento.
A área ainda é carente de profissionais especializados.
Uma regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga
hospitais a ter equipes de engenharia clínica, o que deve aumentar a busca por
especialistas no assunto. Na prática, o engenheiro clínico define o tipo de
equipamento certo para atender a necessidades distintas. "Ele faz desde o
planejamento até a análise do que comprar, além de auxiliar no uso e na
manutenção do equipamento", diz Rodolfo.
(Especialista
em cloud computing)
Na tentativa de tornar a infraestrutura de TI das
companhias menos vulnerável, esse profissional ganha espaço. "Haverá maior
demanda por gente que trabalha com a virtualização de servidores", diz
William Monteath, consultor da Robert Half, empresa de recrutamento.
(Profissional de
crowdsourcing)
Cresce no país a cultura de desenvolver projetos de baixo
custo em grupo, o crowdsourcing, termo que designa a produção de soluções por
meio da internet. "Num cenário de apagão de mão de obra como o que temos
no Brasil, esse modelo é uma forma de descobrir talentos", diz Marina
Miranda, de 39 anos, sócia da Mutopo, consultoria especializada nesse tipo de
negócio.
Com o modelo, empresários conseguem definir a melhor
imagem para a sua marca, um novo produto que será desenvolvido ou mesmo criar
um novo software, tudo isso com "pitacos" dos internautas. Os
especialistas em crowdsourcing são capazes de construir estratégias
aproveitando opiniões e ideias dos internautas. "Você une as
soluções", diz Marina.
(Profissional
de ecotoxicologia)
É o responsável por analisar amostras enviadas pela
indústria de energia para o desenvolvimento de produtos menos agressivos ao
meio ambiente utilizados no tratamento da matéria-prima. "É similiar a uma
linha de pesquisa da biologia", diz a bióloga Maria Cristina Maurat, uma
das sócias da Labtox, laboratório de análises ambientais. "O forte desse
mercado é o setor de petróleo e gás."
(Gestor
de grandes fortunas)
O crescimento da renda da população abre oportunidades
para profissionais de finanças. Os gestores de investimentos ganham mais
importância. O private banker ajuda na prospecção e na captação de clientes com
recursos financeiros a partir de 3 milhões de reais. Já o wealth manager
administra os recursos desses investimentos. "Eles trabalham em gestoras
de recursos ou em bancos de investimento", diz William Monteath, da Robert
Half.
(Executivo
de sustentabilidade)
A área tende a ficar mais competitiva e
profissionalizada. A compreensão do que é sustentabilidade para o negócio deve
tornar-se mais ampla, não ficando mais restrita a atividades de redução de
impactos no meio ambiente. "O profissional deverá saber integrar os
setores da companhia", diz Rodrigo Vianna, diretor da Hays, empresa de
recrutamento de São Paulo.
Fonte: Você SA