22 novembro 2011

Tire dúvidas sobre preparação para concurso público

Quantas horas estudar?
O tempo de estudo vai depender da rotina e de obrigações de cada pessoa, ou seja, do tempo que realmente existe disponível para o estudo. Além disso, assim como um atleta, o candidato deve começar com pouco tempo por vez e aumentar conforme o condicionamento estiver melhor. Por isso é tão importante fazer um planejamento mensal de horários;

Intervalos são necessários
Fazer pausas de 15 minutos no meio dos períodos de estudo (a cada hora e meia ou 2h) funciona como uma higiene mental que garante que o candidato possa estudar durante mais horas e com qualidade.

Entre os turnos de manhã e tarde e de tarde e noite, o intervalo deve ser maior -1h30 a 2h- e pode ser utilizado para refeições e outras tarefas como atividade física ou, até, uma soneca após o almoço (para quem está somente dedicado aos estudos).

Como fixar conteúdo
Gravar aulas e ficar ouvindo ocupa muito tempo em relação ao conteúdo que é assimilado. É válido apenas em situações em que o candidato não poderia estar estudando com mais qualidade, como, por exemplo, quando estiver em trânsito. Ou no caso de matérias em que esteja com muita dificuldade, como uma oportunidade de "assistir" à aula mais uma vez.

O hábito de passar matéria a limpo também é um método pouco eficaz em relação ao tempo que ocupa. Seria mais proveitoso tentar copiar a matéria durante a aula, com a letra mais legível possível e de forma organizada, espaçada no caderno, para poder ser lida com facilidade. No horário de estudar, a leitura de cada ponto no caderno, depois em um livro de concurso, seguida da realização de exercícios sobre o ponto -com consulta à teoria- é mais produtiva e trará resultados mais significativos.

Uma matéria por vez ou todas ao mesmo tempo?
Muitos candidatos ficam em dúvida quanto a estudar uma matéria de cada vez, até o fim, ou todas ao mesmo tempo. A opção de estudar uma de cada vez é perigosa porque seriam necessárias, no mínimo, duas semanas para o estudo superficial de cada matéria. Considerando que os concursos cobram de 6 a 20 disciplinas, dependendo da sua complexidade, quando o candidato retornar à primeira estudada todo o conhecimento estará esquecido.

O ideal é estudar todas as matérias básicas -da área de concurso escolhida- ao mesmo tempo. Elas podem ser distribuídas ao longo da semana ou, no máximo, da quinzena, para que não se fique muito tempo sem contato com cada uma.

Edital inesperado
Muitas vezes acontece de o candidato estar se preparando para um concurso e ser publicado um edital de outro concurso que também é interessante para ele. A decisão de participar ou não dessa seleção é delicada e envolve alguns fatores. É preciso analisar as matérias que serão cobradas no novo concurso e as que o candidato já está estudando.

Se forem totalmente diferentes, e o tempo investido no estudo anterior for significativo, talvez seja melhor deixar passar o novo concurso e manter o foco. Se houver similaridade de um bom número de disciplinas, pode ser interessante incluir os novos conteúdos na programação de estudo, sem abandonar aquelas que o candidato já estava estudando e que também fazem parte do programa do novo edital.

É preciso atenção para não ficar mudando o foco de estudo a cada novo concurso. Dessa forma, o candidato terá dificuldade em sedimentar o conhecimento antecipadamente, o que é uma vantagem significativa em relação aos que só iniciam o estudo a cada novo edital.

Véspera da prova
As provas de concurso costumam ser extensas e cansativas. Por isso é importante que o candidato deixe as 24 horas anteriores ao exame para descansar o cérebro. Uma caminhada e atividades relaxantes são indicadas.

Estudo x trabalho e família
A grande maioria das pessoas que se preparam para prestar concursos vive o dilema de conciliar o tempo entre estudo, trabalho e família/amigos. O "cobertor" é curto mesmo, e a sensação é de que estamos sempre devendo atenção e dedicação. É preciso buscar o equilíbrio possível, sabendo que há um projeto importante e que os resultados serão para toda a vida.

Organizar a rotina de forma planejada ajuda a suavizar a situação e permite que as pessoas aos poucos se habituem a respeitar os horários de estudo do candidato. É bom lembrar que concurso público é projeto de médio/longo prazo e, por isso, gera uma ansiedade nas pessoas próximas ao candidato, tanto pela privação do convívio, quanto pela expectativa de aprovação que, muitas vezes, demora mais do que se imaginava.

Uma conversa franca sobre o projeto pode ajudar e conquistar aliados, mas o candidato não deve se deixar abater com as inevitáveis cobranças. Vale lembrar que para quem está “de fora” é mais difícil compreender a dinâmica e o tempo necessário para alcançar o objetivo. O candidato deve ter clareza da importância do projeto e seguir em frente, mesmo sem o desejável apoio, se for o caso.

Como lidar com reprovações
Só é reprovado quem faz prova. E, para quem faz concurso público esta é uma etapa quase obrigatória, porque o conhecimento exigido é extenso e profundo. Além disso, o candidato precisa aprender a lidar com o momento da prova, tanto emocionalmente quanto em termos de estratégia, e isso requer algum tempo e algumas experimentações.

Mesmo quem depois foi aprovado nos primeiros lugares tem uma ou mais reprovações no seu currículo e isso não é vergonha. A reprovação não é motivo para duvidar da capacidade nem muito menos para levar o candidato a desistir de conquistar a tão sonhada vaga.


Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”


Fonte: G1.com

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